Maria Manuela Campos

A autora nasceu em Sines a 29 de março de 1933. Muito cedo, aprendeu a admirar a sua terra e, sobretudo, os seus habitantes – os humildes e estoicos pescadores. Como todos os meninos pobres, nunca foi criança. Estudou em Sines, onde, por sorte ou influência divina, fora instalado um colégio – o Colégio Luís de Camões – que vigorou poucos, pouquíssimos anos – só os necessários para poder completar o 5º ano liceal – hoje o 9º ano. Guarda desses tempos e, principalmente, dos seus professores, uma grata e saudosa lembrança pela maneira carinhosa como foi tratada. Frequentou a Escola do Magistério Primário de Évora em 1952-1954, data em que concluiu o curso. Exerceu a sua profissão como professora numa escola rural, em Santiago do Cacém, Relvas Verdes, tendo-se efetivado em Sines em 1962.

Criou o Posto da Telescola que vigorou desde a década de 60 até à data em que foi instalado, em Sines, o Ensino Preparatório Oficial Filha e neta de comerciantes, desde criança lidou com essa atividade. Temendo a ociosidade quando chegasse a aposentação, adquiriu, juntamente com a irmã, uma loja de artesanato, decoração e utilidades domésticas. Casou em 1958 e tem 4 filhos e 6 netos.

Aposentou-se em 1990 quando começaram a surgir, na família, graves problemas de saúde: o acidente do sobrinho David em 1995, resultado de atropelamento e fuga, as doenças do marido, dos irmãos e a morte da cunhada abalaram-na profundamente. Anos depois, Deus permitiu que sobrevivesse a um carcinoma: talvez a sua missão na Terra não estivesse ainda completamente cumprida. Viu partir os irmãos, o marido e sentiu-se barco sem leme prestes a naufragar. Andou à deriva, sem interesses, sem objetivos, sem sonhos, presa a uma astenia total. Agora, aos 90 anos, põe em dia as leituras e a escrita, atividades que, durante anos tinham ficado relegadas em velha prateleira, aguardando a sua oportunidade.

 
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